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EDUCANDO COM AS TECNOLOGIAS!
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segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Para saber mais!
Entrevista: Tecnologias trazem o mundo para a escola.
Em entrevista ao Jornal do
Professor, a especialista ressaltou a importância da capacitação dos educadores
para a modernização da sala de aula. Segundo ela, as ferramentas de produção
colaborativa já são as mais utilizadas e o futuro das escolas será pautado por uma
palavra: conectividade.
1. O que são exatamente as novas
tecnologias que estão sendo aplicadas na educação?
Quando falamos de
novas tecnologias fazemos referência, principalmente, àquelas digitais. Hoje,
sabemos que a tendência é de que haja uma convergência de tecnologias e mídias
para um único dispositivo. O essencial é que este dispositivo possua
ferramentas de produção colaborativa de conhecimento, de busca de informações
atualizadas. Isso possibilita uma comunicação multidirecional, na qual todos
são autores do processo ou, pelo menos, têm potencial para ser.
2. Quando surgiu a discussão
sobre esse assunto?
O primeiro projeto público
surgiu no Brasil em meados da década de 1980. Era o EDUCOM, um projeto de
pesquisa desenvolvido em conjunto por cinco universidades públicas que se
dedicaram à produção de softwares, formação de educadores e desenvolvimento de
projetos pilotos nas escolas.
3. Há uma certa polêmica em
torno do uso das tecnologias em sala de aula. Afinal, os efeitos são positivos
ou negativos para o desempenho dos alunos?
Vivemos numa sociedade
informatizada. Não podemos negar o contato com a tecnologia justamente para a
população menos favorecida que, em geral, só teria condições de acessá-la no
ambiente escolar. Pesquisas mostram resultados promissores quando as
tecnologias de informação e comunicação (TIC) são utilizadas de forma adequada,
que oriente o uso para a aprendizagem, o exercício da autoria e o
desenvolvimento de produções em grupo.
4. Como elas devem ser usadas do
ponto de vista pedagógico?
As novas
tecnologias podem ser usadas de diferentes maneiras, mas podem trazer soluções
mais eficazes em projetos que envolvem a participação ativa dos alunos, como em
atividades de resolução de problemas, na produção conjunta de textos e no
desenvolvimento de projetos. O fundamental nessas tarefas é fazer com que os
alunos utilizem a tecnologia para: chegar até as informações que são úteis nos
seus projetos de estudo, desenvolver a criatividade, a co-autoria e senso
crítico.
5. Na era da tecnologia,
como serão as salas de aula do futuro?
A primeira mudança é a expansão
do espaço e do tempo. Rompe-se com o isolamento da escola entre quatro paredes
e em horários fixos das aulas. Teremos a escola no mundo e o mundo na escola.
Isso, porque o conhecimento não se produz só na escola, mas também na vida -
numa empresa, num museu, num parque de diversões, no meio familiar. Tais
espaços poderão se integrar com as práticas escolares e provocarão uma revisão
no conceito de escola e de currículo. Os equipamentos serão bem diferentes,
estarão disponíveis em qualquer lugar, talvez nem tenhamos que carregá-los. A
conectividade é que vai nos acompanhar em todos os lugares.
6. Quais serão as principais
ferramentas dos professores? Que tipo de recurso já está sendo utilizado?
Já temos uma série de
instrumentos sendo utilizados pelos professores. Os blogs, por exemplo, são
bastante disseminados entre os docentes. O WiKi, que é um programa virtual de
produção colaborativa de textos, também. Entretanto há outros recursos, como
simuladores que permitem visualizar fenômenos da natureza ou do corpo humano
que não teríamos condições de acompanhar se não fosse virtualmente; os
simuladores propiciam também compreender o significado de funções matemáticas
abstratas por meio de testes de hipóteses e da representação gráfica
instantânea.
7. A senhora
pesquisou a política de outros países em relação à aplicação das TIC na
educação. Como o Brasil se posiciona em relação a países como Estados Unidos e Portugal?
Atualmente, há uma convergência
das experiências em diversos países. Os computadores portáteis, por exemplo,
estão sendo testados em todo o mundo, simultaneamente: tanto em países da
América Latina, quanto da África, da Europa. O problema, no entanto, não é a
disponibilidade das tecnologias e sim a formação de professores para utilizar
as TIC. Outro problema que também se evidencia em todos os países é a concepção
de currículo. Precisamos superar a idéia do currículo prescrito como lista de
tópicos de conteúdo. O currículo deve ser construído integrando o que emerge da
própria relação cotidiana entre professores e alunos. Muitas vezes, os
currículos não abordam habilidades e competências que precisam ser
desenvolvidas. Quando se trabalha com o registro de uma atividade num blog, por
exemplo, os alunos desenvolvem um projeto pelo computador, que tem o seu
desenvolvimento registrado e, assim, é possível identificar diferentes
dimensões do currículo que foram trabalhadas no projeto, o que vai muito além
do currículo prescrito.
8. O que está sendo feito hoje em
termos de formação de professores?
Em primeiro lugar, no Brasil,
todos os programas voltados para TIC na educação têm essa preocupação de
capacitar os professores. Mais do que permitir o acesso à tecnologia, os
programas trabalham a preparação dos educadores. E isso é uma questão de longo
prazo, porque a formação se dá ao longo da vida, tem que ser continuada e
voltada para a própria prática. Além disso, temos hoje várias pesquisas sendo desenvolvidas
nesta área e o Brasil se destaca por ter um projeto de tecnologias na educação
que integra a formação de educadores, a prática de uso de tecnologias e a
pesquisa científica.
(Renata Chamarelli)
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